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Arianna Huffington compartilha quatro mudanças de mentalidade que ajudarão a ajustar as suas metas

Leia este artigo em inglês, francês, alemão, espanhol ou japonês.

A COVID-19 provavelmente deu um banho ou, pelo menos, despejou um balde de água fria sobre os planos da sua empresa. Executivo sênior, gerente ou prestador de serviços independente, você provavelmente está tendo dificuldade em ajustar as metas para os próximos meses e anos. Talvez você tenha até que, pela primeira vez, descobrir como adequar as suas metas fora dos períodos pré-estabelecidos de revisão anual ou trimestral da sua empresa. 

Para ajustar as suas metas, você não precisa somente de uma mudança de estratégia. É necessário passar, também, por uma mudança de mentalidade. Não se pode querer estabelecer metas realistas, relevantes e significativas se o seu estado emocional não for saudável. Conversamos recentemente com Arianna Huffington, fundadora e diretora executiva da Thrive Global e autora de 15 livros (muitos dos quais focam no tema da saúde mental), sobre como lidar com momentos difíceis. Arianna compartilhou conosco algumas de suas dicas, embasadas em pesquisas, para uma mudança de mentalidade que ajude a ajustar as suas metas em circunstâncias desafiadoras. 

1. Reconheça a mudança nos negócios 

Antes de estabelecer metas significativas para o futuro, você precisa estar ciente do momento presente. Vivemos uma situação sem precedentes e devemos ter em mente que as circunstâncias já não permitem levar os negócios adiante como se nada tivesse acontecido. 

Para nos prepararmos para o que vem pela frente, precisamos definir primeiro como poderá ser a nova conjuntura profissional em um futuro próximo. Talvez envolva a definição de novos horários de trabalho, como trabalhar meio período se os seus filhos estiverem estudando em casa. Precisamos também redefinir o significado de ser produtivo: agora, mais do que nunca, a produtividade envolve cuidar de si e dos demais. 

É impossível ajustar as suas metas e planos para o futuro se você não estabelecer critérios realistas quanto à situação atual, tanto do ponto de vista da produtividade quando da perspectiva do bem-estar. 

2. Dê pequenos passos

No seu livro bestseller, “Feitas para durar”, Jim Collins e Jerry Porras discorrem sobre as “BHAGs” (Big, Hairy, Audacious Goals), ou metas grandes, audaciosas e “cabeludas”. Essas são as metas de longo prazo, de 10 a 25 anos, comunicadas pelo propósito e pelos valores da empresa. 

Embora essas metas audaciosas e de longo prazo tenham grande valor, o seu foco principal não deve recair exclusivamente sobre elas, especialmente no ambiente volátil dos negócios da atualidade. Em vez disso, concentre-se no que Arianna chama de “micropassos”. 

Ela nos explicou que micropassos são passos pequenos, realizáveis e embasados em dados científicos que lhe permitirão realizar mudanças imediatas no seu dia a dia e no seu trabalho. Os micropassos se baseiam na noção de que, se as suas metas forem suficientemente pequenas, será pouco provável que não as consiga cumprir. Arianna nos recorda que, ao começar com pequenos passos, fica mais fácil manter novos hábitos. 

Um dos micropassos favoritos de Arianna deve ser realizado no início de cada dia. Ao acordar, antes de pegar o celular, dedique um minuto a estabelecer as suas intenções para o novo dia. Quem você deseja ser? O que quer realizar?

Pesquisas comprovam que estamos, geralmente, repletos de cortisol, um poderoso hormônio do estresse, mesmo antes dos nossos pés tocarem o chão pela manhã. Especialmente nos tempos desafiadores em que estamos vivendo, fica difícil imaginar com o que vamos nos deparar ao ligarmos o telefone, seja uma mensagem do chefe ou uma publicação irritante no Twitter. Não importa o que venha a ser, o seu impacto será muito menor depois que você tiver passado algum tempo estabelecendo as suas intenções para o dia. 

3. Procure realizar reuniões minimalistas 

Com os novos ambientes de trabalho dispersos, ficou mais fácil do que nunca fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas isso nos faz perder o foco de quais são, ou quais deveriam ser, as prioridades principais. Conforme Arianna nos explicou, se você se vê no meio de uma reunião pelo Zoom enviando e-mails pelo computador, mensagens pelo celular ou consultando mensagens e atualizações no smartwatch (ou tudo isso ao mesmo tempo), não pode estar realmente presente em nenhuma dessas ações. Arianna enfatiza a importância de fazer com que as reuniões usem a menor quantidade de dispositivos possível. Segundo ela, “Isso faz com que não só os participantes se sintam mais presentes e conectados uns aos outros, mas também torna as reuniões mais breves, focadas e produtivas”. 

Quando você estiver totalmente presente numa reunião (ou o mais presente possível, dadas as circunstâncias atuais), o seu estado mental estará mais capaz de decidir onde você precisa concentrar os esforços e, consequentemente, desenvolver um plano mais realista para o futuro. 

4. Coloque as suas prioridades em perspectiva

Durante períodos de crise, pode ser difícil diferenciar entre o que é, e o que não é, realmente urgente. É essencial, mais do que nunca, conseguir priorizar. Seja na Asana ou num caderno, é fundamental estabelecer as prioridades principais e reavaliá-las, pelo menos, uma vez por semana. É crucial estar constantemente em contato. Certifique-se de que as suas prioridades estejam alinhadas aos valores fundamentais da empresa e aos próprios valores pessoais. Se as suas prioridades são as mesmas de antes da pandemia, é sinal de que você talvez precise se esforçar mais por reavaliá-las.

O esgotamento mental já estava em ascenção muito antes da pandemia da COVID-19. Agora, mais do que nunca, precisamos pôr a saúde mental em primeiro lugar. Ao reavaliar os seus objetivos e metas para o futuro, mantenha a saúde mental acima de tudo. Quando reavaliamos constantemente as nossas metas para o futuro partindo da nossa situação atual e de um estado emocional saudável, torna-se mais fácil passar do ponto A ao ponto B com clareza de foco e convicção mental. 

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